segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Heróis Anônimos

          Eu não sei como começar uma crônica, uma história, um mito, um refrão de música, um poema ou poesia. Eu apenas começo, e esse é o começo daquilo que conto aqui, nesta crônica, que é o que eu passei até agora, nesse dia, para construí-la.

            Sabe aquele dia que você acorda, levanta animado, saltitante e serelepe, toma um banho ao som das suas musicas favoritas interpretadas por você mesmo, e a mesa do café esta posta, com geléia, margarina, requeijão, o pão da aninha, do mercado, com queijo em cima que quando você come com mortadela fica delicioso, e pra acompanhar um chá gelado, e quando você vê no relógio faltam ainda vinte minutos para que você saia de casa no horário que você sai para chegar cedo no trabalho?  Então, isso não aconteceu hoje.

            É frustrante acordar depois de pensar que você realmente fez tudo isso, e ver que você esta atrasado, com muito sono, toma banho gelado, pra tentar acordar, e rápido pra não se atrasar. Você até vê a mesa posta, mas, você esta atrasado e sai apenas sentindo o cheirinho do pão quentinho. Pega a perua sentido metrô e, pelo menos isso, você vai sentado!  Nossa, que alívio, assim você pode se consolar ao som da rádio com um fone horrível que parece que quer derrubar sua orelha, e ainda tem um cabo tão curto, que não da pra deixar o celular no bolso, você tem que segurá-lo se quiser realmente ouvir alguma coisa.

            Cheguei ao metrô. Mais uma batalha! Primeiro, você passa pela fila indiana, acho que para selecionar quem esta preparado e quem não esta para a batalha. Depois, te colocam em minitanques, quebrando todas as leis da física. Até que, com muito sufoco, quando você não sentir mais seus braços e não ter lugar no chão para por o pé, você chega na primeira estação. Ufa, faltam só onze agora. Com o tempo, você vai se familiarizando e recrutando os mais bem preparados para a Batalha do Brás, que se localiza, mais ou menos, na sétima estação.
            Ao chegar, todos se posicionam, mulheres e crianças mais ao fundo ou sentados, nós, guerreiro preparados psicologicamente para a morte, e fisicamente testados ao decorrer de sete estações de trem, nos preparamos diante da porta do vagão. Estamos chegando! A porta abre, e como um impulso natural, nos seguramos e apoiamos nas barras de ferro, uma tortura. Somos forçados como se uma onda gigante se quebrasse logo ali, todos firmes e juntos como os Espartanos... AÚ! AÚ!  Sem perder a coragem, conseguimos segurar a maioria para o bem de nossa tribo, vila, ou mesmo, as pessoas daquele vagão.

            Após uma batalha como essa, chegamos ao ponto médio, onde nos despedimos da maioria. Depois disso, encontramos sobreviventes de outras batalhas que entram do lado oposto do vagão ao que nossos guerreiros saíram. Uma batalha memorável. Perdemos alguns grandes heróis aquele dia naquela estação, aqueles que não agüentaram e foram vagão a dentro, até sumir na multidão. Verdadeiros Heróis.

            Depois de tanto já feito pela minha nação, em tão pouco tempo, chego ao trabalho, cansado da batalha, e pronto para outra.  E pensar que cheguei até ali, sem ter tomado aquele chá gelado e comido o pão da aninha, do mercado, que tem queijo em cima, que quando se come com mortadela fica delicioso. É, somos heróis, e isso me faz continuar firme e forte, pois amanhã precisarão de mim novamente nos campos de batalha.   


Bruno Rondina Aureliano

5 comentários:

  1. Brunão, curti muito a iniciativa. Tu escreve bem, que surpresa!._.

    Qdo eu der uma parada, escrevo alguma coisa pra ti haha ctza que eu to precisando escrever. De qqr forma, boa sorte com o blog ^^

    Abraaaasss velho.

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  2. Tava inspirado Cara!

    Haha! Somos como porcos ao abate naqueles metros lotados... Em meio aquela densa floresta de pedra de São Paulo...

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  3. é uma batalha escrever, ler, postar; é uma batalha amar e ser amado ... batalhemos,pois rs

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  4. Beleza?

    Curti tua crônica e iniciativa. Precisando, de um toque que faço uma força.

    Keep going, my friend.

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  5. Hahahahahaha. Faz todo sentido isso, sempre pensei isso daa filas e dos vagões. É una verdadeira selva de ferro, cada cão que lamba sua caceta! Sou um lobo solitário que luta contra os infortunios no metro. Hahahaha!

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